Gente, a gente viu! A gente viu um Buda no meio do caminho! No meio do caminho a gente viu um Buda!
Como um Buda, sorria para a vida, em linda posição de Lótus.
Sim, de olhos fechados ele sorria, seu sorriso fazendo mil covinhas gordinhas no rosto, a cabeça inclinada ligeiramente para trás.
A gente viu um Buda na esquina. No meio da esquina a gente viu um Buda.
Minhas retinas, já tão fatigadas, de repente floriram diante de tão revigorante fato.
Era um Buda, um Buda criança, confiante e despreocupado como uma criança.
Era tudo tão terno e divertido, as palmas das mãos viradas para cima e apoiadas sobre as pernas cruzadas. Que roupinha mais charmosa, seu quimono vermelho com franjas douradas.
Era a Silva Bueno, a regurgitação, era a vida no meio do caminho no último dia do ano.
E eu, que pedia algum sinal inequívoco de uma direção no meio do caminho e dele já em seguida duvidava, descrente de manifestações explícitas inequívocas, recebia a prova até corpórea e material, olha ela aí!
Ah, divagações… era só mais uma imagem de gesso comercial posta à venda…
Podia ser, mas não era.
Era uma nova possibilidade de ascender e evoluir um pouquinho, como um Buda ou outra coisa, porque esse é o único objetivo.
Nesse ano, no ano que vem e nos seguintes.
Um grande ano-novo para vocês, queridos.
Imagem do Buda: @rasoppiartes