A casa da Dona Adriana é uma das mais bonitas da região, com paredes renovadas em tom pastel e revestimento de pedra vermelho. Uma torre vermelha no topo, influenciada pela cultura árabe da região. Os árabes, sírios e libaneses foram importantes para o desenvolvimento do bairro e continuam contribuindo com novos imigrantes e refugiados.
Lá dentro ouve-se o vozerio de um televisor. Uma mulher sagaz, 89 anos, divertida, que gosta de preservar seu espaço e fazer o que quer em seu próprio tempo. Costuma andar de braços dados com o filho pelas ruas íngremes do Ipiranga. Dona Leonor parece séria à primeira vista, mas faz observações sagazes e divertidas, que germinam em sorriso em nossa face. Outro dia ela disse que os bem-te-vis que pipiavam na rua acompanhavam o ritmo e a melodia da canção que tocava do Roberto.
Que casa encantadora, com suas rosas altas, ladrilhos vermelhos polvilhados e a casa assobradada com sua varanda retangular à meia-luz.! Dona Maria, uma mulher simpática e solícita que vive na casa há cinco décadas e plantou as roseiras. Com seu cabelo cortado na altura do ombro, sorriso fácil e olhos vivos, ela é adorada por todos. A casa da Dona Maria é uma verdadeira beleza na rua Lino.
Yoji Iwazaki, de 81 anos, nasceu em uma fazenda no interior paulista e mora nesta casa na rua Cipriano Barata desde a infância. A casa foi construída pelo pai e ainda mantém o mesmo portão de ferro com arabescos e muro baixinho revestido de pedra. Não há campainha na casa, apenas o hábito de bater palmas para chamar.