Lançamento do condomínio de casas pode remover 64 árvores do bosque

Lançamento do condomínio de casas pode remover 64 árvores do bosque

A construção anunciada de condomínio de casas de alto padrão nos fundos do antigo Noviciado Nossa Senhora das Graças Irmãs Salesianas pode remover 64 espécimes arbóreos do bosque local.

O conjunto se caracteriza pela presença de 20 árvores nativas da região, 43 exóticas (não nativas) e um eucalipto (invasora). A vegetação local como um todo não é considerada área de regeneração de Mata Atlântica, mas se faz ali presente há décadas, com árvores de grande porte.

Também está prevista a remoção de quatro árvores mortas e a manutenção de dois outros espécimes.

Entretanto, trata-se de intervenção em vegetação significativa, considerada patrimônio ambiental pelos órgãos de defesa e promoção do meio ambiente.

As informações constam do processo em que a Gamaro Desenvolvimento Imobiliário, dona do terreno delimitado pelas ruas Luís Lasanha, Gama Lobo e Moreira e Costa e autora do projeto de construção de condomínio de casas, pede o manejo de vegetação arbórea da área à Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente de São Paulo.

O manejo arbóreo foi autorizado pelo próprio secretário municipal do Verde, Rodrigo Ravena.

Os documentos do processo foram obtidos pelos integrantes do movimento @preserve.ipiranga, preocupado com o risco à preservação da vegetação local e do antigo convento.

Esse edifício histórico está tombado pelo patrimônio histórico, o que significa restrições a construções novas contíguas. Uma das principais proibições é a de erguer prédio com mais de 10 m de altura na vizinhança.

Esse respeito ao gabarito de 10 m, no caso do pretendido empreendimento de casas, é determinado por outro despacho, desta feita do Departamento do Patrimônio Histórico, deste mês de julho.

Para a remoção arbórea, a Gamaro firmou um termo de compromisso ambiental, segundo o qual se compromete a plantar 74 mudas de espécies nativas no terreno e doar 4.686 mudas de espécies nativas ao viveiro municipal.

Nos cálculos oficiais, ao fim do manejo e da compensação, haveria 110 espécimes arbóreos no terreno contra os 104 atuais.

Gente, vamos seguir acompanhando os desdobramentos e a luta da comunidade ipiranguista organizada.

 

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