Depois de um AVC, Popó da água de coco se recupera bem

Depois de um AVC, Popó da água de coco se recupera bem

Pessoal, uma das nossas leitoras, a @arquitetayarapaola , nos escreveu pedindo informações sobre o paradeiro do Popó, tradicional comerciante de água de coco do Parque da Independência. O povo estranhou a ausência de sua figura constante, já faz uma semana que sua banca, na rua dos Sorocabanos, não abre.

Havia rumor de que ele estaria internado na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) do Hospital Ipiranga, o que se confirmou como fato, a gente apurou.

A boa notícia é que o nosso Popó está evoluindo bem!

Ele deu entrada no Hospital Ipiranga no último dia 1o de março depois de muita insistência de colegas e amigos e está num leito da UTI geral, localizada no quarto andar.

Estivemos com ele nesta quarta-feira (8) durante a visita da tarde e ele confirmou ter sofrido um AVC (Acidente Vascular Cerebral). Foi o segundo em dois anos. Mas não ficou com sequelas nem motoras nem cognitivas e conversa bem.

O que ele está mesmo é doido para sair, impaciente, preocupado com as contas, com os cocos já comprados e com o Marrone, um border collie de grande porte, fiel escudeiro de todas as horas.

É de fato estranho ver esse homem dinâmico despido de seu avental verde, mal coberto por um humilde lençol claro e sem poder arriscar nenhum movimento sequer sem acompanhamento.

O médico que atende o Popó afirmou que deu alta da UTI para ele e que esperava a vaga num quarto para transferi-lo. A alta para casa é ainda incerta.

Bem-humorado, o doutor disse que recebeu “um ano de água de coco grátis” em troca da estabilização da pressão arterial do paciente.

Com 53 anos, o cidadão Wilson Dantas de Andrade, como nosso Popó é formalmente chamado no hospital, reconheceu algum desregramento de conduta nos últimos meses e parece estar agora consciente de que é preciso mudar. Ele está ganhando uma nova chance de viver.

O homem é seu pior patrão: trabalha de segunda-feira a domingo, em tempo integral, sem folga nem em feriados. O trabalho no comércio é desgastante física e emocionalmente. Faz menção então de tirar um pouco o pé do acelerador e diminuir o ritmo. Que assim seja, no seu ansiado retorno.

“A vida é mesmo um fio, rompeu, acabou”, descreveu.

E uma ideia que habita o seu espírito agora é “não esquentar a cabeça”.
Vulnerável, descobriu que não é possível viver sem ninguém. Lamentou a ausência, na visita da tarde desta quarta, da melhor amiga Marlene, parceira de todos os dias. Marlene cuida da limpeza no interior da Cripta Imperial, vizinha do Popó. “Só pode ter acontecido alguma coisa”, queixou-se. “Quem sabe ela vem na visita da noite.”

Popó, o povo anda sedento da tua figura e do teu coco. Volta!

 

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